História desinteressante e um dos piores protagonistas na história dos BLs
Acredito que as minhas expectativas sobre Enchanté foram influenciadas por Bad Buddy, um grande sucesso de ótima qualidade, no geral, que me deixava bastante animado todas as sextas. Então, quando Enchanté foi anunciado como o programa que substituiria Bad Buddy, eu esperava que fosse tão bom quanto ou melhor. Não foi o caso, mas não é somente por conta das expectativas que não gosto desse dorama, apesar de ser um fator significativo para o meu desapontamento.Sinceramente, os únicos elogios que posso dar são para a trilha sonora e a atuação, em momentos muito específicos, do Force e dos pais do Theo. É isso.
A história já é muito desinteressante e somando isso com um péssimo protagonista — que é super passivo, nunca faz nada por conta própria, e é uma péssima pessoa, apesar do roteiro nunca reconhecer isso —, fiquei com um questionamento constante do porquê eu deveria me importar com a história do Theo. Alguns questionamentos bônus: Por que ele é o protagonista? Por que o mundo gira em torno dele (e ele acha que o mundo realmente gira em torno dele, mas o roteiro só passa pano)? Simplesmente péssimo, inclusive quando o mistério da trama é revelado. Show de hipocrisia e passada de pano.
Os outros personagens são muito mal desenvolvidos, girando em torno do protagonista como se ele fosse um aspecto crucial em suas vidas. No caso do Akk, isso até faz algum sentido (no entanto, nem tanto assim), mas ele é o melhor personagem do dorama, mesmo com esse desenvolvimento precário. Outro personagem relativamente bom é o Natee, que apareceu pouco, mas deixou uma impressão maneira (que foi anulada com a mudança repentina no seu comportamento mais tarde, mas tudo bem… ou não)
Em suma, não recomendo este BL. Não vale a pena perder seu tempo com 10 episódios de enredo chato e lento até demais, um péssimo protagonista, roteiro ruim, diálogos questionáveis, personagens nada desenvolvidos e desfechos anticlimáticos.
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Takara-kun to Amagi-kun
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Apresentação charmosa dos encontros e desencontros de uma paixão adolescente
“Takara & Amagi” é um dorama sem enredo, mas não no sentido negativo que essa definição geralmente carrega. É aquilo que chamam de “character-driven story”, ou seja, uma história em que o foco é maior (ou total) nas ações dos personagens principais, em como se sentem e na motivação interna que os impulsiona. Não há um acontecimento externo que os obriga a agir, todos os eventos que surgem na narrativa são causados pelos próprios personagens e, nesse dorama, podemos conhecê-los melhor ao longo dos episódios em momentos de introspecção. Então, se você não gostar dos personagens logo de cara, talvez não irá curtir a história.A primeira palavra que surge em mente quando tento definir esse dorama é “charmoso” — tanto que tive que colocar no título da resenha. A forma que os elementos narrativos são expostos, como a história se desenrola, as interações entre os personagens e a construção das cenas, tudo é muito bem integrado ao ambiente escolar e cria uma essência jovial que transparece ainda mais através das performances. Essa é a principal origem do charme, que é perceptível até mesmo em personagens mais apáticos como o Takara.
Desde o primeiro episódio somos apresentados à dinâmica do casal principal que se estende até o final. Amagi é o menino inseguro que tira conclusões precipitadas e tenta fugir de qualquer conflito. Takara é o tipo de pessoa que não expressa seus sentimentos de forma clara, deixando muitas brechas. Com isso, eles se retroalimentam de maneira negativa: o que o Takara não diz, o Amagi inventa e toma como verdade, e se essa “verdade” é confrontada, ele sai correndo (literalmente). No entanto, no restante dos episódios vemos os protagonistas tentando descobrir a melhor maneira de navegar por esses sentimentos, como agir com o outro, como comunicar o que estão sentindo, impor determinados limites, etc…
Resumindo, essa é uma história sobre dois adolescentes que ainda estão aprendendo a estar num relacionamento amoroso, descobrindo o que significa “namorar” — o Amagi, principalmente — e como a relação dos dois afeta seus respectivos círculos sociais no colégio.
Sobre os pontos fortes do dorama, não posso deixar de mencionar os momentos em que Takara, Amagi, Katori e Tanaka interagem entre si. É muito legal ver suas personalidades batendo de frente. Infelizmente, esses momentos são poucos, mas muito satisfatórios mesmo assim. Nesse sentido,“Takara & Amagi” é um bom exemplo do quanto personagens secundários podem ajudar uma história.
A direção é um outro ponto positivo. Existem cenas maravilhosas que seguem o famoso “show, don’t tell”. Por exemplo, ao invés de dizer como os personagens estão se sentindo, as suas reações para determinadas situações são exibidas. A exposição é puramente visual em vários momentos e isso é maravilhoso, já que não somos burros e podemos deduzir a partir das expressões faciais dos personagens, não é? E, além disso, as cenas em que todos os personagens estão enquadrados, um num canto da tela e o outro no canto oposto reagindo às ações um do outro, são as melhores!
Por incrível que pareça, a caracterização do Takara é a mais interessante do dorama. Ele é apresentado como uma pessoa distante, “um menino frio da era do gelo” quase sem expressão facial (não é questão de atuação, é só o personagem mesmo; um ponto muito bem exemplificado pelo 3º episódio) e incapaz de ter discussões minimamente profundas, como quando pula fora de uma conversa sobre Sócrates. Porém, é uma questão de aparências, uma persona que ele adota para conseguir se encaixar e obtém bastante sucesso nesse objetivo, até se apaixonar por Amagi. Após a percepção da paixonite, Takara se mostra muito poético, refletindo sobre seus sentimentos de maneira metafórica, afirmando que o sorriso de Amagi era como algo trazido pela primavera e que sua paixão foi crescendo gradualmente como a luz do sol que derrete a neve. Quando se apaixona de vez, diz “Sakura está em plena floração”. Quando quer ser mais direto sobre seus sentimentos para Amagi, diz “Eu sempre quero abraçá-lo de frente e não por trás”. É, mesmo sendo o menos expressivo, Takara acaba sendo o mais interessante.
O Amagi também possui seus momentos de desenvolvimento, especialmente para justificar alguns de seus comportamentos e apresentar a origem de sua insegurança, mas tal exposição é menos orgânica que a do Takara. Se mostrassem as cenas de flashback da infância do Amagi sem contexto, não ficaria surpreso se alguém achasse que são de outro dorama. Faz sentido para a história, mas implementaram com a mão pesada.
Katori e Tanaka não tem backstory, mas não é como se não houvesse um tiquinho de desenvolvimento para eles. Katori é o melhor-amigo-alma-gêmea do Amagi que o aconselha durante os perrengues e se torna o mediador de seu namoro. Tanaka é o cara de índole duvidável que cria um conflito na relação de Takara e Amagi, mas que também não chega a ser um monstro. Então, mesmo com pouco desenvolvimento, só o suficiente para não serem rasos, não é algo que chega a incomodar por conta das suas personalidades e pelos atores serem ótimos.
É uma história bem tranquila e gostosa de acompanhar. Consegue ser engraçada aqui, dar espaço para as emoções dos personagens ali e capturar uma lógica de pensamento que só faz sentido na cabeça de adolescentes e uma ingenuidade a respeito das relações amorosas por pessoas que não conhecem tanto o mundo. Ao assistir o dorama, adentramos meio que em uma dimensão paralela onde esses personagens vivem, regida pela lógica da juventude e seus desejos imediatos — já que adultos mal aparecem ao longo dos episódios, jogando o holofote na visão de mundo dos mais novos e como eles pensam que as coisas deveriam ser. Ou seja, Takara e Amagi estão tentando construir o seu “para sempre” no próprio mundinho deles. Os meninos raramente pensam a longo-prazo sobre o relacionamento, nem mencionam como ou se contarão para seus responsáveis, mas está tudo bem, já que estarão juntos. Para os dois, isso é o que importa.
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Esse é um dos meus doramas boys-love favoritos e revi pela 4ª vez para escrever essa resenha. Assisti pela primeira vez no lançamento, quando os episódios eram lançados semanalmente e não tive a melhor experiência. Recomendo que maratonem “Takara & Amagi”, acredito que esta é a melhor forma de mergulhar nesse BL.
Um abraço!
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Uma experiência incrível do gênero Xianxia
Os Indomáveis é um "must watch" para todos os fãs de doramas, mas esse drama chinês demanda atenção, tempo e disponibilidade emocional para aproveitar tudo que a narrativa tem para oferecer.Dos 50 episódios, aproximadamente 28 são expositivos, se passando 16 anos antes do tempo presente da narrativa, ou seja, antes do regresso de Wei Wuxian através do ritual realizado por Mo Xuanyu. Ficamos sabendo de várias informações relevantes sobre o mundo de cultivação e muitas questões geopolíticas são contextualizadas. Os outros episódios exploram as consequências e novos desdobramentos a partir dos acontecimentos do passado. Cabe dizer que há uma leve mudança no tom e no ritmo (pacing) entre as narrativas do passado e do presente. A primeira é mais séria e lenta. A última, com cenas cômicas mais frequentes. Nada muito drástico, é apenas uma diferença que acabei notando.
O enredo é muito bem desenvolvido em diversos aspectos, principalmente no que tange a relevância de vários personagens para a construção de uma narrativa complexa, os acontecimentos da trama e para várias reflexões sobre a dicotomia "bem x mal". No entanto, algumas coisas ainda não são explicadas, mal exploradas ou simplesmente deixadas em aberto com uma frase de efeito vaga de brinde. É claro que não há necessidade de deixar tudo fechadinho, mas quando não se explora um ponto que é relevante pro progresso da história, fica uma situação chata. No entanto, a proporção desses momentos mal explorados é muito pequena para ter um efeito super desagradável.
Os personagens são, também, muito bem desenvolvidos e super interessantes, cada um com seus motivos plausíveis para as suas ações. Os protagonistas, Wei Wuxian e Lan Wangji, possuem uma dinâmica muito boa e é ótimo acompanhar seu relacionamento florescer ao longo dos episódios. As pequenas mudanças nos seus comportamentos, incluindo as entrelinhas homoafetivas, são ótimas. Essa é uma característica marcante desse dorama: o desenvolvimento orgânico dos personagens. Nunca há uma mudança repentina (sem razão alguma, pelo menos). Outros personagens também acabam se destacando mais, como Wen Ning e Qing; os membros do clã Jiang, os membros do clã Nie; Xue Yang, Mian Mian, os jovens cultivadores do tempo presente… E a lista só cresce, são todos ótimos.
A trilha sonora é impecável! Uma das coisas mais lindas de se ouvir que complementa muito bem a atmosfera e a atuação do elenco. Uma atuação que vale um panelão de sopa de raiz de lótus com costela feito pela Yanli, aliás!
Em suma, ótima história, ótimos personagens, ótimo desenvolvimento, ótima trilha sonora e um ótimo ritmo de narrativa. Uma experiência que recomendo para todos.
PS: Relaxa, depois de alguns episódios você decora os nomes de todos os personagens e seus títulos :)
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